segunda-feira, 14 de abril de 2014

LEÃO FALA DE CAMPEÕES DO INTERIOR PAULISTA
Jogar bem, convencer, lutar, batalhar e contar com a sorte.
Poucos clubes tem a sorte de chegar até "os finalmente" e se tornar campeão paulista lutando contra os grandes da capital.
Assim foi com o Guarani, com o Bragantino, com a Inter de Limeira, com o São Caetano e agora está sendo com o Ituano. Campeões Paulistas.
Pense num dos clube de futebol mais velhos do Brasil chamado Ponte Preta que nunca ganhou nada, que nunca conquistou nada.
Alguns chegaram perto como o Mogi, o São José, o Novorizontino, a Portuguesa Santista, a Portuguesa de Desportos e outros mais.
Um dia chegará o dia deles e este dia será de glória como foi o dia de ontem: o dia de glória do Ituano.

Parece engraçado, mas se você reparar ao voltar a fita e reparar no vídeo do youtube você verá que o jogador Neto do Santos estava titubeando e indeciso antes da cobrança. Não eram poucos os que queriam ver o Ituano campeão.
Mas isso não vem tirar os méritos da equipe do Ituano. Eles não tem culpa de serem do interior.
E se você estivesse no lugar do jogador Neto do Santos e soubesse que com a sua cobrança poderia estragar a festa do Ituano, o que você faria?
Pense lá você. Você não é Neymar, não é Paulo Henrique Ganso, não estará na seleção e não ganhará muito com o título de campeão paulista e nem se lembrarão muito de você depois da conquista do título.

Confira no vídeo do youtube a indecisão do jogador Neto antes da cobrança da penalidade.

 https://www.youtube.com/watch?v=nSlET_2_CP8

Agora. Pense nas vezes que precisou bater pênaltis jogando no futebol amador da sua cidade.
Você já cobrou pênalti fazendo a mesma coisa que fez o Neto do Santos?
Ele estava nervoso, correu pra bater de um jeito e tentou mudar na hora da batida.
É o que eu concluí ao observar a cobrança que ele fez.
Eu já fiz isso por duas vezes assim como fez o Neto do Santos.
Acho que ele não entregou. Às vezes o goleiro cresce na nossa frente e foi isso que aconteceu numa das minhas duas cobranças que vou narrar com zelo de contador.
Vou contar como aconteceu.
1-Eu estava jogando num torneio e a partida terminou empatada. A partida seria decidida nos pênaltis. Os caras trocaram o goleiro um pouco antes de acabar o jogo e eu não sabia disso.
Eu era o primeiro batedor da minha equipe.
As traves eram pequenas do tamanho das traves de futebol de salão.
Quando fui colocar a bola na marca penal reparei que o goleiro era gordo e do tamanho da travinha. Sem chance nenhuma pro batedor.
Era muito difícil acontecer d’eu errar uma cobrança, mas ali naquela hora a coisa estava difícil.
Pensei. Vou rolar no canto esquerdo do goleiro, mas vou bater firme. Era o tipo que eu mais acertava. Corria, fazia que ia bater na direita e batia na esquerda. Quando eu ia bater na bola o goleiro foi pro canto esquerdo e eu quis mudar na hora e em vez de ficar nervoso fiquei “brabo” e meti “um três dedos na bola”; a bola foi acertar o peito do goleiro que rebateu pra frente.
2-Uma vez num torneio e no mesmo campo do ‘Três Estrelas’ eu bati alguns pênaltis. Uns quatro pênaltis e estava acertando. As cobranças estavam em mais ou menos 12 x 12. Era final e não acabava o jogo e não se decidia quem ficaria com o troféu de primeiro lugar.
Como eu estava acertando mais que os outros os caras do meu time pediram pr’eu continuar batendo. Eu bati e acertei mais uns dois pênaltis.
Chegou o último e eu estava bem faceiro e com a bola toda.
Pensei vou rolar bem de mansinho no canto esquerdo, mas vou correr e ameaçar que vou pra direita pra fazer o goleiro cair pra direita, depois rolo de mansinho na esquerda e pronto.
Estava fazendo aquilo ou pensando em fazer aquilo por que estava com medo de errar o pênalti decisivo, mas também estava empolgado. Capaz mesmo que eu ia errar – é o que eu pensei.
Fiz tudo certo. O goleiro caiu que nem um pato pro lado direito e eu rolei a bola pra fora, bem no cantinho esquerdo do goleiro raspando a trave; só que pra fora.
São coisas de futebol de interior. Os caras estavam gritando pra tirar minha concentração e eu estava incomodado. Tava me doendo os ouvidos.
Os caras tipo podem ficar gritando até um metro de você que não tem problema nenhum.
Depois de acertar muitos, vai que uma hora você erra.
Eu estava meio nervoso na hora de cobrar. Com certeza. Mas a fase era boa.
Mesmo depois de tudo não me culpo pela tentativa frustrada, porém acho que se eu tivesse batido no meio como alguns fazem, fazia e resolvia.
Eu podia contar sobre alguns pênaltis decisivos que converti em gol, mas agora não é o momento.
Acho que fiz estas duas barbaridades quando jogava para o Baixadão da Vila Caroline.
O Baixadão era um time que surgiu depois do União Esporte Clube da Vila Caroline quando alguns do time resolveram sair a rôgo do equipe e formar um segundo time. Saí eu e mais uns cinco jogadores pra formar o novo time do Baixadão.
A equipe talvez tenha sentido nossa falta; talvez não, mas também estavam em uns 15 jogadores; tinha muita gente e tava dando muita confusão e até brigas.
Passado um ano depois eu passei a jogar pro Dragões da Vila Caroline e só deixei de jogar pro Dragões uns cinco anos depois quando comecei a jogar pro Atlético Malletense. Era time de futebol suíço que depois virou time de futebol de salão.
Joguei uns quatro anos pra eles e acabei parando.
Uma hora aí vou começar a treinar de novo com a Prefeitura.

Conselho: “Façam como eu e contem suas histórias”.
Façam seus blogs e flogs.
E lembrem-se: “Nem só de vitórias vive um atleta amador”.
Algumas histórias suas podem ser reais, mas quem sabe que elas existem. Só os que jogaram com vocês.














 



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